Bitcoin dominando o mundo!
Tente imaginar esse cenário comigo: você mora em um país onde a inflação anual passa dos 100%, com instabilidade política e um IDH de 0,41 (o 186° no ranking).
Pois é, essa é a realidade do Sudão do Sul.
Já é senso comum que os países africanos são os mais afetados pela pobreza, em todo o globo. Essa realidade do Sudão do Sul é compartilhada por diversos outros país como Egito, Gana e Moçambique. Para os nativos, é comum que o percentual inflacionário ultrapasse os 100%.
Já discutimos aqui, por diversas vezes, como o mercado de criptoativos impulsiona economias capitalistas consolidadas. Mas proponho, hoje, uma avaliação do impacto que essas moedas podem trazer aos países que enfrentam, diariamente, a realidade da pobreza extrema.
Sempre que pensamos nas principais características de uma criptomoeda, recordamos que se trata de um ativo seguro e descentralizado.
Sim, esta é a palavra chave que eu queria que você tivesse na cabeça: descentralização.
Uma moeda descentralizada significa que ela não precisa de intermediários, como os bancos, nem dependem de decisões governamentais. Talvez, na nossa realidade brasileira não seja tão perceptível a importância disso.
Mas vamos lembrar que lhe convidei a imaginar que você seria um morador de um país africano.
Essas nações assistem de perto verdadeiras guerras políticas e econômicas, todos os dias. A instabilidade é tamanha que, em 2015, a inflação de um país africano, chamado Zimbabwe, foi tamanha que obrigou ao Estado a impressão de 100 trilhões de notas.
Para esse povo, o Bitcoin está sendo a “luz no fim do túnel”. Além da segurança garantida pela criptografia, os africanos vêm na moeda a possibilidade de acabar com o sofrimento do cenário inflacionário absurdo que eles precisam enfrentar. Por isso, paulatinamente, a África vem fincando raízes nesse mercado, o que, para alguns economistas, tende a ser o futuro de várias nações.
Além da descentralização garantida pelo bitcoin, sua valorização ao longo dos tempos mudou a história de várias famílias africanas, como a ‘Lady Bitcoin’, da África, que descobriu o Bitcoin ao tentar ajudar seu filho, em estado terminal, e criou o Satoshi Centre do Botswana para espalhar a palavra do Bitcoin na África, depois que ele faleceu.
Provavelmente, você que é entusiasta do mercado, ficou com o coração aquecido depois de ler tudo isso. Confesso que, se antes eu já acreditava que as criptomoedas eram o futuro do dinheiro, hoje rezo para que esse futuro chegue bem mais rápido!
Não vou mais me estender, mas deixo para você a recomendação de um documentário, disponível na Amazon Prime, chamado “Banking on Africa: The Bitcoin Revolution”. Ainda que, na minha opinião, ele deixe a desejar – tendo em vista a magnitude do assunto- mas é um documentário que relata bem o que a África está vivenciando.
Por: Amanda Martins
Publicado em 29/05/2020